Por que um dia do solo?

Vivemos
graças ao solo. É ele que sustenta nossos pés
enquanto caminhamos, mesmo que esteja coberto pelo asfalto, ou pelo
piso frio. É ele a base física que provê a nossa
alimentação. Nele plantamos, cultivamos legumes,
verduras, frutas, sementes, e são de sementes ou gramíneas
que se alimentam vacas, porcos e galinhas das quais nos alimentamos.
Fonte de proteínas, vitaminas, e muita matéria-prima.
Da terra viemos e para terra voltaremos. Não é a toa
que o Planeta que vivemos, se chama Terra, dada a ambiguidade de sua
maior parte ser constituída de água ( outra fonte
primordial para existência de todas as formas de vida).
Aliás
a ancestralidade de crenças, já estimavam a Terra como
fonte de divindade. Mas o homem moderno, esse detentor da tecnologia
e habitante das cidades, se distancia cada vez mais desse precioso
recurso e consequentemente de sua preservação.
Visto
enquanto um recurso natural, o solo é de formação
lenta, podendo ser considerado finito visto a escala de vida
humana. Pesquisadores estimam
que para o desenvolvimento de 30 cm de solo, são necessários
cerca de 3.000 anos.
Nossa
relação com a terra hoje é baseada no uso e
exploração desenfreada. A expansão das cidades e
consequente impermeabilização do solo, afeta a recarga
de águas subterrâneas quando se impede a infiltração
de água; o uso exaustivo na agricultura e pecuária, não
é atento as condições de qualidade do solo, e a
manipulação química com pesticidas e agrotóxicos
é como lidamos com a terra. Até a visão da terra
como sujeira, exemplifica o quão desatentos somos à
matéria que nos dá condições para a vida.
O
intuito de um grupo extensionista no ambiente universitário
cujos objetivos são a difusão e construção
de uma educação em solos, é senão admitir
no meio acadêmico, quão essencial é propagar esse
conhecimentos para a população em geral. Para que
todos, crianças, adolescentes e adultos, possam saber e
reconhecer nossa vital dependência com a terra.
Pois
então que neste dia, possamos refletir e valorizar o Solo,
sabendo agora quão dependentes somos de sua natureza. E que
não seja somente em um dia, mas que se estenda em nossas ações
cotidianas, quando mesmo nas cidades, escolhemos alimentos orgânicos,
consumimos produtos com garantias de preocupação
ambiental, ou ainda, deixando aquele pedacinho de terra no quintal,
sem o asfalto. Para que a Terra possa respirar, possa ser Terra,
continuando a nos dar vida.
Ana
Clara Cerminaro
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